O Fantasma da Máquina
sábado, 20 de setembro de 2014
Meninos perdidos
Um pai que não era de sangue
Nem de espírito, mas o mais velho
Entre meninos perdidos
Sua geração vem logo atrás
Nem ciência, nem fé
Talvez por fanatismo cego
Chegou até eles
Mais um se vai, outros virão mais
Até quando
Seja por erro divino, ou espiritual
Deverão perecer
Estes meninos perdidos
Até quando?
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Sem ti
Sem ti o mundo não tem cor
O planeta Terra foi extinto
O Sol apagou
As estrelas deixaram de brilhar
Meu coração não bateu mais
Sem ti a escuridão tomou conta
A luz se tornou trevas
Neve cobriu o campo
O mar virou deserto
O calor deixou meu corpo
Sem ti as luzes se apagaram
Nada mais cresceu
A correnteza parou
A Terra não mais girou
Meus olhos se fecharam
Para nunca mais abrir
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Eu sou o Inferno
Quem não conhece o inferno,
é porque não se conhece,
Não conhece a dor e o cheiro putrefato da morte,
a agonia e a tragédia do não-ser.
Quem nunca foi nada, o nada,
nunca será alguém, talvez alguma coisa.
O inferno não está lá fora,
nem em cima ou em baixo,
está aqui: e estamos todos dentro dele.
Ou melhor, ele está dentro de nós.
Role em suas chamas, sinta a carne queimar.
Arrancando da pele o que está morto,
queimando o que está cru.
E o que sobrou se tornará alguém.
Se tornará você, e ninguém lhe tomará mais nada.
Poderá dizer: "Sim, eu estive no inferno,
estive lá e sobrevivi".
E você, fez o quê?
sábado, 13 de setembro de 2014
Revolução
Com o coração nas trevas,
cavei minha própria cova.
Quem disse que o Sol é quente e belo.
Explosões de fogo e tempestade solares,
nele se encontram.
Aquilo que dá vida, também tira.
A vida que ilumina,
são as trevas que engolem.
Toda a vida se foi, queimando na escuridão.
Aqui eu fico, aqui eu espero,
por outra revolução.
sábado, 30 de agosto de 2014
Crianças
Pulam,
de uma relação vazia para outra.
Amam e desamam.
Dizem uma coisa,
mas fazem outra
Simulam,
fazem promessas e as quebram.
Apaixonam e desapaixonam.
Juram que é para sempre,
mas não cumprem.
Fogem,
para esconder o que sentem.
Perdoam e amaldiçoam.
Querem esquecer,
mas só sabem lembrar.
Choram,
mas não aprendem.
Sofrem inutilmente.
Uma multidão de crianças envelhecidas,
impotentes.
de uma relação vazia para outra.
Amam e desamam.
Dizem uma coisa,
mas fazem outra
Simulam,
fazem promessas e as quebram.
Apaixonam e desapaixonam.
Juram que é para sempre,
mas não cumprem.
Fogem,
para esconder o que sentem.
Perdoam e amaldiçoam.
Querem esquecer,
mas só sabem lembrar.
Choram,
mas não aprendem.
Sofrem inutilmente.
Uma multidão de crianças envelhecidas,
impotentes.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Pilares
Fico imaginando o que aconteceria se os pilares que me mantém viessem abaixado. O computador que me anestesia, a faculdade que me deixa focado, o desejo que me liberta. A anestesia se tornou uma parte vital da minha vida, ela me livra da dor e da confusão. O foco serve de guia nesse terreno estranho e quase desconhecido que devo trilhar. O desejo me liberta da entrega total ao vício. Me sinto tão humano e fraco que a menor brisa poderia me derrubar.
Só que não derruba.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Matemática
Enquanto eu ainda capturava as aleatoriedades, o caso e o acaso das coisas, tudo se perdeu. Fascinado pelas improbabilidades do ocorrido e as coincidências e casualidades que levaram a ele. A matemática de um encontro não traz nenhuma resposta. Quando o nó se desfaz, a matemática é tão improvável quanto antes, talvez mais. A questão permanece. A pergunta constante. É essa matemática que torna tão difícil desviar o olhar? Ou algo mais? Algo mais profundo do que a ciência. Mais profundo que uma pergunta sem resposta. Um momento no tempo e para sempre no tempo. Sempre sem resposta além do tempo perdido fazendo perguntas. Sem nenhuma resposta ou explicação, tudo se perdeu. Não adiantou pensar na aleatoriedade do ocorrido, pois o laço se rompeu aleatoriamente. O que permanece é a pergunta.
Eterna como o encontro.
Eterna como o encontro.
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